A partitura da vida do protagonista deste livro às vezes se parece à de uma ópera: tem momentos de grande dramaticidade, reviravoltas e algo do patético de toda existência.
Quando ele e a esposa estão em harmonia, a partitura lembra uma balada das mais românticas; quando o casal se afasta e as escalas menores da dor ameaçam se tornar irrefreáveis, mais se assemelha a um blues.
Vez por outra também surgem distorções do mundo exterior, desestabilizadoras e incontroláveis, e tudo fica heavy metal.
Não é à toa que conhecemos o protagonista simplesmente como “o baterista”. Músico consumado, ele encontra na arte o ritmo e a melodia, o encanto e o propósito que com tanta frequência se mostram esquivos no cotidiano do marido imperfeito, do filho arredio, do irmão ressentido.
Mas talvez a partitura da vida do baterista acabe se revelando uma obra mais bem acabada do que a desafinação das falhas de cada ser humano levaria a crer…
…aceita o convite, entrega sua passagem e parte com ele, música de viagem é o que é, tem um quê de nostálgica e convidativa, é um adeus e um olá, aquilo que aquele que parte sente e pensa.
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