Não é de hoje que livros a respeito de escritores são populares entre leitores – qual amante da boa ficção não quer conhecer as engrenagens da criação literária?
Entre os escritores, também é forte o ímpeto confessional; daí vem o já consagrado bildungsroman, o romance de formação.
Entre os muitos exemplares deste que é um gênero em si, o Retrato do Artista Quando Jovem, de James Joyce, se destaca, tanto por seus méritos intrínsecos quanto por apresentar um modelo clássico do artista incipiente, que se bate com as exigências de um mundo nem sempre acolhedor enquanto desenvolve seu dom.
É mais raro ver – se é que já se viu – um aspirante a escritor relatar, com uma honestidade que não poupa nem a si mesmo, todas as esperanças e todos os desgostos, todas as agruras e todos os deleites daquele que se lança à empreitada fascinante, mas repleta de obstáculos, de dedicar o melhor de seu tempo e de suas forças à criação de uma obra escrita.
E quando este neófito das letras, um brasileiro que estuda jornalismo em Paris no início da década de 1940, torna-se pupilo do próprio Joyce, história e imaginação se irmanam para criar um romance que é, a um só tempo, uma declaração de amor à literatura e uma profissão de fé.
Em Epifania, entrecruzam-se os destinos de dois artistas: um que se aproxima do fim e outro que começa a se descobrir.
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