
Sempre questionador, nunca dogmático, Paul Marcel nos faz perguntas instigantes, quando não perturbadoras, em seu segundo volume de contos, evitando os extremismos de doutrinações vigentes.
Será que a rebeldia também pode ser uma convenção social? Eis a questão posta no conto que dá título ao livro. Haverá filhas e filhos dos deuses caminhando entre nós, como professavam os gregos antigos? Os protagonistas de Dimitrios não queria acreditar podem ter a resposta. A música é capaz de transportar o humano a outras esferas? Que o diga a Joana de Om. Haverá libertação na violência? O narrador de Crime perfeito defende esta tese arrepiante.
Todo autor tem seus temas recorrentes – a própria literatura, a música, o cinema, as religiões, costumes e até o mundo do tênis estão entre os de Paul. Mas em Rebeldia ele vai além: na nova coletânea há uma reflexão sobre o lugar do humano no universo com um toque de ficção científica (Isolamento), os votos de casamento de uma noiva “pós-Me Too, pós-millenials, pós-cringe” (Felicidade conjugal), o repúdio de um artista à adoração maníaca de uma fã (Ídolo), uma metáfora medieval sobre a impossibilidade de comunicação entre indivíduos e povos (A ponte).
Retornar a um gênero não significa se repetir – e Paul o demonstra em Rebeldia.
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